Mas, com o apoio adequado, é possível que a criança supere essas dificuldades e cresça emocionalmente saudável.
Neste conteúdo, você entende o que é, quais os sinais de alerta e as opções de tratamento para o TEPT em crianças. Confira!
O que é transtorno de estresse pós-traumático?
O transtorno de estresse pós-traumático (TEPT) é uma condição psicológica que surge após uma pessoa ter vivido ou testemunhado um evento traumático, como situações de risco de vida, ferimentos graves ou qualquer estresse que evoque medo intenso, desamparo ou horror.
Pessoas afetadas pelo TEPT podem reviver o trauma de maneira tão vívida que parece que passam pela mesma situação novamente. Vários estímulos, como sons, cheiros ou até mesmo pensamentos relacionados ao evento traumático podem desencadear os episódios, conhecidos como revivescência.
Segundo o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais 5 (DSM-V), o TEPT manifesta de diferentes maneiras e está no grupo dos transtornos de ansiedade.
Algumas pessoas experimentam sintomas de revivência e medo, enquanto outras sofrem com alterações de humor e pensamentos negativos.
Nos próximos tópicos, você entenderá mais a fundo quais os sintomas de uma criança com trauma e como ajudar quem passou por situações de alto nível de estresse.
Entendendo o transtorno de estresse pós-traumático infantil
Apesar do transtorno ser conhecido entre os adultos, o TEPT pode ocorrer em qualquer idade a partir do primeiro ano de vida. Em crianças, apresenta características parecidas com as dos adultos.
Crianças de até 6 anos precisam ter vivenciado diretamente o evento traumático para receber um possível diagnóstico.
Já pessoas com mais de 6 anos não precisam passar diretamente pelo trauma para desenvolver o transtorno de estresse, segundo o DSM-V.
Nesse caso, a criança adquire o TEPT ao testemunhar um evento traumático ocorrido com outras pessoas, ou até mesmo ao saber que uma situação ruim aconteceu com um familiar próximo, mesmo que seja por meio da televisão ou outros meios de comunicação.
É importante lembrar que, por causa das diferenças na vulnerabilidade e temperamento, nem toda criança que passa por eventos traumáticos desenvolve o transtorno.
Cada pessoa é única e reage de maneira diferente aos traumas. Fatores como resiliência, suporte familiar e ambiente seguro podem influenciar na resposta ao estresse.
As reações ao evento podem interferir no dia a dia da criança e afetar seu comportamento, emoções e desenvolvimento cognitivo. No entanto, o tratamento adequado faz a diferença para sua recuperação e bem-estar.
O que causa o estresse pós-traumático em crianças?
Diversos eventos traumáticos são responsáveis por um possível estresse pós-traumático em crianças, como:
- acidentes graves;
- procedimentos médicos invasivos, principalmente em crianças com menos de 6 anos;
- mordidas de animais;
- desastres naturais;
- violência urbana (assaltos, espancamentos e assassinatos);
- ataques violentos, como estupro, tortura e sequestro;
- abuso físico ou sexual;
- abuso emocional ou bullying.
Quais os sintomas de uma criança com trauma?
O TEPT em crianças normalmente causa mudanças no humor e no comportamento, como lembranças e sonhos angustiantes, evitação de situações que lembrem o trauma e crenças negativas sobre si mesmas e o mundo. Os cuidadores devem ficar atentos a esses sinais de crise nervosa infantil e procurar a ajuda correta.
No entanto, é importante separar o que são comportamentos esperados frente a situações de estresse dos sintomas de TEPT em crianças.
As reações ao estresse não associado ao TEPT desaparecem após algumas semanas, conforme a criança se ajusta e encontra maneiras de lidar com o evento estressor. Além disso, são mais leves e não atrapalham as atividades cotidianas.
Por exemplo, a criança pode sentir ansiedade, tristeza ou raiva ao mudar de casa, ou durante a separação dos pais, mas essas emoções passam após alguns dias.
Por outro lado, os sintomas do transtorno de estresse pós-traumático infantil são mais severos e duram por mais de 1 mês e interferem significativamente na vida diária da criança.
Confira o que apresenta o DSM-V:
Sintomas intrusivos
Os sintomas intrusivos são aqueles que invadem a mente da criança de forma recorrente e involuntária, trazendo de volta o evento traumático:
- lembranças intrusivas: Recordações angustiantes e recorrentes do evento traumático. Crianças acima de 6 anos expressão aspectos do trauma em brincadeiras repetitivas, por exemplo;
- sonhos angustiantes: pesadelos perturbadores relacionados ao evento traumático, muitas vezes, sem conteúdo identificável — principalmente em crianças menores;
- reações dissociativas (flashbacks): A pessoa sente ou age como se o evento traumático estivesse acontecendo novamente. Essa situação pode variar de leves lembranças a uma perda completa de percepção do ambiente ao redor;
- sofrimento psicológico: quem tem TEPT infantil pode experimentar um sofrimento psicológico intenso ou prolongado quando exposto a elementos que lembram o evento traumático;
- reações fisiológicas: a exposição a sinais que lembram o trauma pode provocar reações físicas intensas na criança, como aumento da frequência cardíaca.
Evitação
A evitação é um esforço para fugir de qualquer coisa que lembre o evento traumático, sejam pensamentos e sentimentos ou lembranças — de lugares, pessoas, conversas, objetos e qualquer outra situação que desperte sintomas.
Alterações em cognições e humor
Essas alterações refletem mudanças negativas nos pensamentos e no humor da criança após o trauma, como
- incapacidade de recordar aspectos importantes do evento traumático devido à amnésia dissociativa;
- crenças negativas e exageradas sobre si mesma, os outros e o mundo.
O DSM-V apresenta ainda que, em crianças pequenas, o TEPT pode causar regressão no desenvolvimento, como a perda da fala. Podem ocorrer também pseudoalucinações auditivas em que ela escuta seus próprios pensamentos como se outras pessoas os dissessem.
Como tratar TEPT em crianças?
O tratamento do transtorno pós-traumático infantil inclui várias abordagens terapêuticas, suporte familiar e, quando necessário, medicação. Compreender as opções disponíveis é um passo importante para ajudar as crianças a superar esse desafio.
A Terapia Cognitivo-Comportamental é a abordagem mais eficaz para tratar TEPT em crianças. A TCC ajuda a entender e modificar pensamentos e comportamentos negativos relacionados ao trauma.
Nas sessões, usam-se técnicas como reestruturação cognitiva, que ensina a substituir pensamentos negativos por positivos. Além disso, a terapia de exposição na TCC permite que a criança revisite o trauma de forma segura para reduzir o medo e a ansiedade.
O apoio familiar é essencial no tratamento do TEPT infantil. Pais e cuidadores devem oferecer um ambiente seguro para que a criança se sinta compreendida e valorizada. Além disso, é necessário participar ativamente do tratamento.
Em alguns casos, o psiquiatra pode prescrever antidepressivos ou outros medicamentos psiquiátricos para controlar sintomas de depressão e ansiedade. No entanto, a medicação deve acompanhar a terapia com psicólogo para garantir um tratamento multidisciplinar.
Agora que você sabe o que é transtorno de estresse pós-traumático, saiba como podemos ajudar você a apoiar quem mais precisa de cuidado e acolhimento.
Atendimento psicológico on-line
O atendimento psicológico on-line pode beneficiar crianças com TEPT de forma semelhante ao presencial. O formato oferece acesso a tratamento especializado, mesmo para famílias em áreas remotas ou com dificuldades de locomoção.
A flexibilidade de horários facilita a família a integrar o tratamento à rotina. Além disso, mantém-se a continuidade do cuidado, mesmo quando a terapia presencial não é possível.
Se você notar que seu filho ou uma criança próxima apresenta sinais de transtorno de estresse pós-traumático infantil, considere uma avaliação psicológica on-line. Na KidBrains, oferecemos terapias em casa, com planos acessíveis e ajustáveis ao dia a dia da sua família.
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