Sintomas de autismo infantil: como identificar?

Os sintomas de autismo infantil são variados e podem se manifestar de diversas maneiras em cada criança. Logo, detectar esses sinais desde cedo é fundamental para pais e cuidadores, afinal, a intervenção precoce pode fazer uma grande diferença no desenvolvimento dos pequenos.

Hoje, você encontra muitas informações que ensinam como identificar sinais de autismo em crianças, e essa acessibilidade pode estar relacionada a um aumento no número de casos diagnosticados.

Uma matéria publicada no Jornal da UNESP (Universidade Estadual de São Paulo) mostrou o aumento na quantidade de casos. Segundo o CDC (Centro de Controle de Doenças dos Estados Unidos), a proporção de crianças autistas na população cresceu de 1 para cada 1000, em 1995, para 1 para cada 44, em 2022.

Se aplicada à população infantil brasileira, essa conta resulta em mais de 4 milhões de autistas no país.

Números à parte, a conscientização crescente também conduz a diagnósticos mais rápidos, o que é essencial para ajudar as crianças a receber o apoio necessário o quanto antes.

Por isso, nesse artigo você vai descobrir quais os 5 sinais de autismo, os critérios diagnósticos, além de aprender como identificar sinais de autismo a partir do que o autista mais gosta de fazer em suas atividades. Boa leitura!

Quais os 5 sinais de autismo?

O TEA apresenta sinais que variam de intensidade de acordo com os tipos de autismo (leve, moderado ou severo). Os 5 principais são: 

1. Dificuldades na comunicação verbal e não verbal;

2. Desafios na socialização;

3. Comportamentos repetitivos;

4. Sensibilidade sensorial;

5. Dificuldade em lidar com mudanças.

Entenda melhor cada um deles.

1. Dificuldades na comunicação verbal e não verbal

Algumas crianças com TEA podem demorar mais para começar a falar, enquanto outras desenvolvem a fala, mas têm dificuldade em compreender linguagem abstrata e figuras de linguagem, ironias, mímicas e sarcasmo, por exemplo.

2. Desafios na socialização

Crianças com TEA frequentemente encontram desafios para entender e expressar emoções, e podem evitar ou ter dificuldade para manter o contato visual durante as conversas.

3. Comportamentos repetitivos

Interesses restritos e únicos são comuns nas crianças com TEA, assim como os comportamentos repetitivos — balançar o corpo, bater palmas ou estalar os dedos (estereotipias).

4. Sensibilidade sensorial

Muitas crianças autistas são extremamente sensíveis a estímulos sensoriais. Podem se incomodar com barulhos altos, texturas, luzes brilhantes ou cheiros fortes, o que costuma afetar seu conforto e bem-estar.

5. Dificuldade para lidar com mudanças

A previsibilidade é importante para as crianças com TEA. Como existe um padrão de rigidez mental, mudanças inesperadas causam grande desconforto e ansiedade. 

Logo, elas preferem rotinas bem estabelecidas, pois saber o que está previsto para o seu dia traz a sensação de segurança e estabilidade.

Esses sinais, quando aparecem isolados ou de forma intermitente, não podem indicar que a criança apresenta um dos níveis de autismo (nível 1, 2 ou 3 — correspondentes a leve, moderado e severo, respectivamente).

Por isso, o DSM-V estabelece uma série de critérios diagnósticos para que esses sinais representem, de fato, a presença de autismo infantil. 

Leia também: Quando consultar um psicólogo para crianças

Sintomas de autismo infantil: quais os critérios diagnósticos?

Segundo o DSM-V (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais), o diagnóstico de TEA em crianças não pode ser baseado apenas na observação isolada dos sinais clássicos de autismo.

Para diagnosticar uma criança, os sintomas precisam se manifestar de forma consistente em diferentes ambientes e contextos. Veja quais são os critérios:

  • déficits persistentes na comunicação e interação social em múltiplos contextos;
  • dois ou mais padrões restritos e repetitivos de comportamento, interesses ou atividades;
  • presença dos sintomas desde os primeiros anos de vida;
  • impacto significativo no funcionamento social;
  • exclusão de outras condições médicas que expliquem os sintomas, como deficiência intelectual e transtorno de desenvolvimento da linguagem (TDL), por exemplo.

Como identificar sinais de autismo em crianças?

Para identificar possíveis sinais de autismo, você precisa desenvolver um olhar atento e criterioso sobre os comportamentos e características do seu filho, além de buscar informação confiável sobre o tema. Procure anotar com que frequência os sintomas ocorrem, sua intensidade e em que situações ficam mais evidentes.

Um estudo publicado em 2020, sobre a observação materna dos primeiros sinais de autismo, apontou que os sintomas mais observados pelas mães foram:

  • alterações na linguagem (35% dos casos); 
  • comportamento (20%);
  • isolamento social (18%);
  • sensibilidades comportamentais e sensoriais (17%);
  • mudanças no desenvolvimento motor (10%).  

Todos os sinais identificados fazem parte dos critérios diagnósticos, o que mostra a importância do papel do cuidador principal — geralmente, a mãe — para o reconhecimento do TEA em crianças pequenas. 

Consequentemente, essa atenção parental também é fundamental para a intervenção precoce no tratamento para autismo.

Portanto, seja observador. No tempo em que estiver com seu filho, note de que modo ele se comporta e em que tipos de atividades prefere se envolver. 

Uma boa maneira de avaliar o comportamento é descobrir o que o autista mais gosta de fazer e proporcionar momentos para que ele explore aquela atividade.

Confira algumas sugestões.

O que o autista mais gosta de fazer?

Crianças com TEA costumam ter interesses muito particulares, frequentemente voltados para atividades específicas que as mantêm concentradas e entretidas por muito tempo. Para elas, é comum passar horas envolvidas com alinhamento de objetos, observação de movimentos de brinquedos ou exploração de temas que são o alvo do seu maior interesse.

Geralmente, as crianças autistas preferem atividades individuais — como montar quebra-cabeças, construir com blocos de encaixar e jogos eletrônicos, por exemplo — em vez das realizadas em grupo. 

Proporcione um ambiente rico de estímulos e permita que ele brinque e se divirta da maneira que se sente mais confortável. Afinal, com TEA ou não, é uma criança. E criança tem mais é que brincar, concorda?

Entenda mais sobre autismo infantil com a KidBrains

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