O TDL, ou Transtorno do Desenvolvimento da Linguagem — que já foi conhecido como DEL (Distúrbio Específico da Linguagem) — afeta cerca de 7% das crianças em todo o mundo. Porém, esse número pode ser ainda maior devido a possíveis erros de diagnóstico.
Apesar de ser um transtorno permanente, as crianças com TDL normalmente conseguem superar a maior parte de seus desafios com tratamento adequado.
Para isso, é importante estar muito bem-informado sobre as nuances desse distúrbio para, assim, saber quando procurar ajuda especializada para dar suporte ao desenvolvimento integral do seu filho.
É esse o seu objetivo? Então, fique com a gente e entenda:
- o que é TDL;
- quais os sintomas de TDL;
- como é uma criança com TDL;
- qual a diferença entre TDL e autismo.
Boa leitura!
TDL: o que é, afinal?
O Transtorno do Desenvolvimento da Linguagem (TDL) é um distúrbio de aquisição de linguagem que faz com que crianças tenham dificuldades para compreender e se expressar com clareza, mesmo sem nenhum outro diagnóstico médico — como deficiência intelectual e autismo, por exemplo — que explique sua condição.
Ainda não existe um consenso sobre o que causa o TDL, mas a ciência já sabe que o transtorno pode ter relação com fatores genéticos e ambientais que alteram o desenvolvimento cerebral. Ou seja, é um transtorno de neurodesenvolvimento.
Portanto, diferentemente do que muita gente possa imaginar, problemas psicológicos, emocionais e falta de estímulo no ambiente familiar não fazem com que uma criança desenvolva TDL.
Diferentemente de um quadro simples de atraso na fala, o TDL não tem a ver com a pouca exposição à linguagem.
Aliás, mesmo que as manifestações do transtorno sejam semelhantes a outros distúrbios de fala e linguagem, elas precisam estar dentro de certos critérios médicos para que sejam considerados sintomas de TDL.
Veja quais são eles.
Leia também: Transtorno do desenvolvimento da fala
Quais os sintomas de TDL?
Segundo o DSM-V (Manual de Diagnóstico de Transtornos Mentais), os principais sintomas que justificam o diagnóstico de TDL são:
- dificuldades persistentes na aquisição e uso da linguagem;
- capacidade linguística abaixo do esperado para a idade;
- início precoce dos sintomas;
- ausência de deficiência intelectual e atraso global do desenvolvimento.
Embora não seja regra, crianças com TDL podem apresentar outros transtornos, como o TDAH (Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade) ou dislexia.
Em relação a esta dificuldade de aprendizagem, há estudos que indicam que até 47% das crianças com TDL podem ter também dislexia.
Como é uma criança com TDL?
A criança com TDL não apresenta nenhum tipo de lesão cerebral ou problema auditivo, possui vocabulário simples e não é muito falante, pois acha difícil se expressar com palavras. Além disso, apresenta condições intelectuais e emocionais adequadas — é inteligente, brinca, socializa, expressa emoções —, mesmo que pareça imatura para a idade.
Mesmo com esses sinais e sintomas característicos, o TDL não se apresenta da mesma forma em todas as crianças, pois depende da intensidade de cada caso e das alterações durante o desenvolvimento individual.
Ainda assim, toda criança com TDL apresenta déficit de comunicação verbal. Isso porque o funcionamento do seu cérebro é diferente, o que faz com que o aprendizado da linguagem seja difícil
Essas dificuldades de fala e compreensão podem causar confusão nos pais, que, em muitos casos, começam a pensar que seu filho seja autista.
Contudo, além de completamente diferentes, o transtorno do desenvolvimento da linguagem e o transtorno do espectro autista (TEA) não podem existir juntos em uma criança, sabia?
Entenda por quê.
Leia também: Como identificar se meu filho tem um distúrbio de linguagem ou apenas está desenvolvendo a fala mais lentamente?
Qual a diferença entre TDL e autismo?
A diferença entre os dois transtornos é que, enquanto o TDL afeta a linguagem e as habilidades de comunicação relacionadas a ela, o autismo compromete o desenvolvimento global da criança. Considerando apenas a linguagem, no TDL, existe uma intenção de comunicação, o que normalmente não acontece nas crianças com TEA.
Para ficar ainda mais claro: crianças com TDL demonstram interesse em interagir com outras pessoas e tentam, inclusive, compensar as dificuldades de comunicação verbal por meio de linguagem não verbal.
Ao contrário, um dos sinais mais característicos do autismo é a dificuldade de interação social. Além disso, é muito comum que crianças com TEA, especialmente nos casos mais severos, apresentem prejuízo cognitivo e intelectual, o que, segundo os critérios do DSM, não está presente nas crianças com TDL.
Então, vale reforçar: TDL e TEA não ocorrem juntos em uma mesma criança. Se seu filho tem diagnóstico de TEA, ele não tem TDL e vice-versa.
TDL tem cura?
O TDL é um transtorno permanente, ou seja, não tem cura. No entanto, com o tratamento adequado, a criança consegue se desenvolver e melhorar as habilidades de compreensão e fala.
É claro que ela será um adulto com TDL, mas, em grande parte dos casos, as dificuldades continuarão presentes apenas nas situações que envolvam maior necessidade de comunicação e novos aprendizados complexos.
Por isso a importância do diagnóstico e do tratamento precoce, bem como outras intervenções no ambiente escolar e familiar. Os melhores resultados aparecem com uma abordagem interdisciplinar, com apoio de fonoaudiologia, psicologia, psicopedagogia e manejo parental consistente.
E agora que já sabe o que é TDL, se você notar sinais que possam indicar a presença do transtorno no seu filho, não hesite em levá-lo para uma avaliação fonoaudiológica.
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