Essa condição não apenas afeta a saúde física e emocional dos pequenos, mas também apresenta desafios significativos para toda a família. Se você está lendo este texto com o coração apertado, preocupada com a possibilidade de seu filho enfrentar essa dificuldade, saiba que não está sozinha.
Estamos aqui para ajudar por meio de informações valiosas para que você possa identificar e compreender os sintomas dos transtornos alimentares infantis.
Abordaremos os seguintes tópicos:
- O que são transtornos alimentares na infância
- Quais são os transtornos alimentares na infância
- Sintomas dos transtornos alimentares infantis
- Quando buscar a ajuda de um especialista em transtorno alimentar infantil?
- Como tratar o transtorno alimentar infantil
- Como descobrir seletividade alimentar infantil?
O que é transtorno alimentar infantil?
Transtornos alimentares na infância são distúrbios persistentes na relação com a comida que afetam a saúde física, mental e o desenvolvimento da criança. Principais características incluem preocupação excessiva com peso, comportamentos alimentares anormais, distorção da imagem corporal e problemas emocionais, como ansiedade e depressão e baixa autoestima.
De acordo com pesquisa da Associação Médica Norte-Americana, aproximadamente 22% das crianças e adolescentes entre 6 e 18 anos apresentam algum tipo de transtorno alimentar. Isso indica que mais de 1 em cada 5 jovens ao redor do mundo manifestam sinais desses distúrbios.
A pandemia intensificou esses desafios. Um relatório do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos revelou que as visitas à emergência por distúrbios alimentares entre meninas de 12 a 17 anos dobraram durante o período da covid-19.
Quais são os transtornos alimentares na infância?
Os transtornos alimentares na infância incluem anorexia nervosa, bulimia nervosa, transtorno de compulsão alimentar e transtorno alimentar seletivo. Cada um apresenta sintomas únicos, como restrição alimentar, episódios de compulsão, purgação e seletividade extrema, que afetam negativamente a saúde, o emocional e o desenvolvimento da criança.
1. Anorexia nervosa infantil
Caracteriza-se por uma restrição severa na ingestão de alimentos. As crianças com anorexia nervosa têm medo intenso de ganhar peso e uma visão distorcida de seu próprio corpo, pois acreditam que estão acima do peso, mesmo quando estão abaixo do peso saudável.
2. Bulimia nervosa infantil
São episódios recorrentes de compulsão alimentar, em que a criança consome grandes quantidades de comida em um curto período. Essas ocorrências são seguidas por comportamentos compensatórios, como vômitos autoinduzidos, uso excessivo de laxantes ou exercícios físicos intensos para evitar o ganho de peso.
3. Transtorno de compulsão alimentar
Caracteriza-se por episódios de compulsão alimentar sem comportamentos compensatórios subsequentes. As crianças comem grandes quantidades de alimentos de uma vez e depois se sentem culpadas e envergonhadas pela falta de controle, o que leva ao ganho de peso e a problemas emocionais.
4. Transtorno alimentar restritivo/ evitativo (TARE)
É a recusa persistente em comer certos alimentos ou categorias de alimentos. Essa seletividade extrema resulta em uma ingestão insuficiente de nutrientes importantes para o corpo, o que prejudica o crescimento e o desenvolvimento saudável.
5. Pica
Envolve o consumo persistente de substâncias não alimentares, como terra, papel ou cabelo. Essas substâncias não são nutricionalmente adequadas e causam sérios problemas de saúde, como intoxicações, obstruções intestinais e deficiências nutricionais.
O que causa o transtorno alimentar em crianças?
Esses distúrbios são desencadeados por causas orgânicas, psicoemocionais e dietéticas. Entenda melhor:
Causas orgânicas
Alguns transtornos alimentares estão relacionados a condições subjacentes, como distúrbios metabólicos, desnutrição, problemas respiratórios, transtornos do neurodesenvolvimento, alterações sensoriais ou disfagia (dificuldade em engolir).
Causas psicoemocionais
Fatores emocionais e psicológicos, como falta de rotina, introdução alimentar inadequada, problemas familiares (separação dos pais, mudanças repentinas na rotina), traumas, ansiedade ou transtornos de humor, também desempenham um papel significativo no desenvolvimento de transtornos alimentares.
Causas dietéticas
Intolerâncias alimentares, alergias, monotonia alimentar ou dietas restritivas inadequadas levam a uma relação perturbada com os alimentos e, consequentemente, a transtornos alimentares.
Sintomas dos transtornos alimentares infantis
Os sintomas dos transtornos alimentares em crianças variam de acordo com cada tipo, no entanto, alguns sinais gerais incluem:
- Mudanças nos hábitos alimentares: restrição de alimentos, comer em excesso, esconder comida ou evitar certas refeições;
- Preocupação com peso e aparência: comentários frequentes sobre estar gordo, se pesar constantemente ou usar roupas largas para esconder o corpo;
- Sintomas físicos: perda (ou ganho) de peso significativa, falta de crescimento, cansaço, tontura, problemas digestivos ou irregularidades menstruais em meninas;
- Mudanças comportamentais: isolamento social, irritabilidade, ansiedade ou depressão;
- Comportamentos compensatórios: vômitos autoinduzidos, uso excessivo de laxantes, jejum ou exercícios físicos exagerados.
Quando buscar a ajuda de um especialista em transtorno alimentar infantil?
Se você notar um ou mais dos sintomas mencionados acima, é recomendável buscar orientação médica o mais rápido possível. Um diagnóstico precoce e um tratamento adequado ajudam a evitar complicações graves e impactos negativos no desenvolvimento da criança.
Como tratar o transtorno alimentar infantil?
O tratamento dos transtornos alimentares infantis geralmente envolve uma equipe multidisciplinar, que inclui médicos, nutricionistas, psicólogos e terapeutas familiares. O plano de tratamento individualizado da criança conta com :
1. Avaliação multidisciplinar
O tratamento dos transtornos alimentares infantis geralmente envolve uma equipe multidisciplinar composta por pediatras, nutricionistas, psicólogos e, em alguns casos, terapeutas ocupacionais.
Essa abordagem mais integrativa é necessária para tratar tanto os aspectos físicos quanto emocionais e comportamentais do transtorno.
2. Orientação nutricional
Um nutricionista especializado ajuda a desenvolver um plano alimentar adequado às necessidades nutricionais e preferências da criança, o que auxilia a promover uma relação saudável com os alimentos.
3. Terapia psicológica
A terapia cognitivo-comportamental, a terapia familiar ou outras abordagens terapêuticas são benéficas para lidar com os aspectos emocionais e comportamentais subjacentes aos transtornos alimentares.
4. Terapia on-line
Em alguns casos, a terapia on-line é uma opção conveniente e eficaz, pois permite que as crianças e suas famílias recebam atendimento especializado de profissionais qualificados, mesmo à distância.
5. Medicamentos
Em situações mais delicadas, os médicos prescrevem medicamentos para ajudar a tratar sintomas associados aos transtornos alimentares, como ansiedade ou depressão.
Esses medicamentos não curam o transtorno alimentar em si, mas ajudam a criança a lidar melhor com os sintomas emocionais e comportamentais, o que facilita a recuperação.
6. Hospitalização
Em casos graves, em que a saúde física da criança está seriamente comprometida, a internação é necessária para garantir que a criança receba cuidados médicos intensivos e monitoramento constante.
Isso ajuda a estabilizar a condição, fornecer nutrição adequada e tratar complicações sérias que surgem devido ao transtorno alimentar.
E a seletividade alimentar infantil, como descobrir?
Diferentemente dos casos acima, a seletividade alimentar não é considerada um transtorno alimentar clínico no sentido diagnóstico.
Pais e cuidadores percebem esse comportamento quando a criança mostra resistência persistente em experimentar certos alimentos com base em características como cor, textura ou sabor, apesar dos esforços para introduzi-los na dieta da criança.
Vale ressaltar que embora a seletividade alimentar possa causar preocupação, especialmente quando persistente, a condição geralmente não leva a problemas significativos de saúde física ou emocional, desde que a dieta forneça os nutrientes essenciais necessários para o crescimento e desenvolvimento adequados.
Agora que você já sabe quais os sintomas do transtorno alimentar infantil, se você notar sinais que possam indicar a presença dessa condição no seu filho, que tal fazer uma avaliação psicológica de forma virtual?
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