Amalelo, tasa, ecola… Em crianças pequenas, esse jeitinho diferente — e até encantador — de pronunciar palavras como amarelo, casa e escola é normal durante o período de desenvolvimento da fala.
Contudo, à medida que a criança cresce, é esperado que essas substituições ou omissões de letras desapareçam, e que a fala se adeque aos padrões habituais, como os de um adulto.
Quando isso não acontece, é essencial procurar orientação de um fonoaudiólogo para ajudar seu pequeno a superar estas dificuldades.
É por isso que, na leitura de hoje, você vai entender como identificar uma criança com dislalia, o que pode causar e se tem cura para dislalia. Vem ver!
O que é dislalia infantil?
A dislalia infantil é um transtorno fonológico que afeta a capacidade de pronunciar corretamente as letras, fonemas e palavras. Essa dificuldade não está relacionada a problemas cognitivos ou intelectuais, trata-se, na verdade, de uma falha na articulação das palavras.
O impacto desse distúrbio na comunicação da criança pode ser grande, afetando especialmente a socialização e o desempenho escolar
Um estudo publicado na Revista da Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia aponta que esse transtorno fonológico ocorre em cerca de 36% das crianças de até 6 anos de idade, embora haja evidências de que esse percentual possa ser ainda maior.
Afinal, muitas crianças ficam sem o diagnóstico pelo fato dessa dificuldade ser considerada normal por muitas pessoas. Sabe aquela história de “quando ele crescer, isso melhora”?
Pois saiba que nem sempre essa ideia é verdadeira.
Como identificar uma criança com dislalia?
A criança com dislalia pode ser facilmente identificada por apresentar, em sua fala, a troca de letras. Além desse sinal, o pequeno costuma omitir e distorcer alguns sons, principalmente em palavras mais complexas ou frases mais longas. Como resultado dessa pronúncia incorreta, a fala pode se tornar incompreensível.
Essa incapacidade de se comunicar com clareza costuma causar muita frustração nas crianças, pois elas normalmente sabem como a palavra deve soar, mas simplesmente não conseguem articulá-las de maneira adequada.
Além disso, quando um poucos maiores — em idade escolar —, a dislalia pode fazer do pequeno alvo de piadas e apelidos que podem até parecer inofensivos, mas que afetam a autoestima e a interação com os colegas.
Você já deve ter visto alguma criança com dislalia ser chamada de Cebolinha — aquele personagem da turma da Mônica — quando troca o R pelo L, não é mesmo?
Leia também: Dicas para ajudar as crianças a melhorar a pronúncia correta de palavras
O que pode causar uma dislalia?
Fatores orgânicos, auditivos e até ambientais podem causar uma dislalia. Porém, a troca de fonemas, que é tão caraterística desse desvio de linguagem, pode ser apenas o reflexo do processo natural de aquisição da fala — que acontece até os 4 anos de idade.
Logo, dependendo do motivo que pode causar uma dislalia, ela pode ser classificada em 4 tipos diferentes. Confira quais são eles.
1. Dislalia orgânica
A dislalia orgânica se refere a dificuldades causadas por alterações ou malformações anatômicas do aparelho fonador (lábios, língua, palato), que dificultam a articulação correta dos fonemas.
Como a produção da fala envolve todas essas estruturas, até mesmo pequenas modificações podem interferir na articulação dos fonemas.
Um exemplo muito comum é o freio da língua curto que, além de comprometer a amamentação, limita os movimentos necessários para pronunciar corretamente as letras.
2. Dislalia audiógena
Os problemas auditivos também podem provocar dislalia. A criança que não consegue escutar adequadamente, costuma apresentar dificuldades para aprender a forma correta de pronunciar as palavras.
Se a criança não consegue diferenciar os sons de P e B, por exemplo, é muito provável que ela fale “poneca” e “pola”, em vez de boneca e bola.
3. Dislalia funcional
Dislalia funcional é aquela em que não é possível identificar causas orgânicas e auditivas. Nesses casos, a criança não consegue reproduzir determinados sons devido a maus hábitos de fala ou mesmo falta de prática.
Essa disfunção é a mais comum nos pequenos e normalmente acontece por causas ambientais, como a exposição insuficiente à linguagem ou a modelos inadequados de fala.
Por isso a importância de conversar e estimular a fala de bebês utilizando linguagem correta e com contato visual, para que ele possa perceber os movimentos necessários para produzir cada fonema.
Muitos pais falam com seus filhos articulando as palavras de forma errada — nós sabemos que é mesmo tentador usar “linguagem de bebê” com os pequenos —, mas, para quem está no processo de aprender a falar corretamente, esse hábito pode ser muito prejudicial.
Evite dizer “eu quelo passear” ou “voxê quer um abaço?”. Pronuncie as palavras como elas são e ajude seu filho na aquisição correta da fala.
4. Dislalia evolutiva
Esse tipo de dislalia é natural, temporária e desaparece à medida que a criança cresce e ganha mais habilidades de fala.
Para você ter ideia, existem alguns marcos do desenvolvimento da fala que indicam o que esperar em cada idade. Por exemplo, apenas aos 3 anos de idade é esperado que a criança consiga diferenciar e pronunciar as letras F, V, S e Z com clareza.
De qualquer forma, se você notar qualquer sinal de dislalia em seu filho, não deixe de procurar um fonoaudiólogo. Com uma avaliação especializada, o profissional consegue identificar o tipo de dislalia e determinar o melhor tratamento para cada caso.
Por falar nisso, veja como tratar a dislalia infantil.
Tem cura para a dislalia?
Na maior parte dos casos, sim. Porém, na verdade, a cura depende do tipo de dislalia. As dislalias orgânicas e auditivas podem precisar de intervenção médica ou cirúrgica, além da fonoaudiológica. No caso de dislalia funcional, o tratamento se faz com fonoaudiologia e, quando necessário, com apoio de psicoterapia.
Agora, se a dislalia do seu filho for aquela normal que toda criança apresenta até os 4 anos de idade, pode ficar tranquilo. Você só precisa procurar tratamento se, a partir dessa idade, seu pequeno continuar com dificuldades na produção correta da fala.
Contudo, uma vez que você já sabe o que é dislalia infantil, se surgir alguma dúvida, procure um fonoaudiólogo.
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