Gagueira infantil: o que causa e como tratar?

Você sabe o que causa gagueira infantil?

Pois, o que para muitos é apenas uma curiosidade, para 5% das crianças em todo o mundo — e seus familiares —, o assunto é sério. Logo, precisa ser bem compreendido para minimizar os efeitos dessa condição no desenvolvimento dos pequenos.

Afinal, a pessoa que gagueja — já podemos deixar de dizer gago, combinado? — costuma ser alvo de piadas e chamada de nervosa e desequilibrada, o que está longe de ter um efeito positivo na autoestima e socialização das crianças.

Por isso, conhecer mais sobre esse distúrbio de fluência da fala é o primeiro passo para ajudar uma criança com gagueira e saber quando procurar tratamento especializado.

E é exatamente esse tipo de informação que você vai encontrar ao longo deste artigo. Então, continue a leitura para entender o que leva uma criança a gaguejar e se tem como curar a gagueira infantil.

O que é a gagueira infantil?

Segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria, a gagueira — também conhecida como disfluência — é definida como um distúrbio do neurodesenvolvimento que começa a provocar sintomas logo nos primeiros anos da infância, fazendo com que os padrões de fala e de fluência sofram alterações significativas para afetar a criança e seus familiares.

Aliás, os sintomas costumam aparecer entre os 2 e 3 anos de idade e são bem característicos, manifestando-se com:

  • repetições sonoras e silábicas: quando a criança repete o mesmo som ou sílaba várias vezes, como dizer “ca-ca-ca-casa” ao tentar falar “casa”;
  • prolongamentos sonoros: o som de uma letra é estendido, como em “sssssol” em vez de apenas “sol”;
  • repetições de palavras monossilábicas: repetir pequenas palavras como "e-e-e" ou "o-o-o" várias vezes;
  • palavras quebradas: quando uma palavra é interrompida no meio, como se a palavra estivesse quebrada em partes (“bone-ne-ca”);
  • bloqueios: são aqueles momentos em que a criança não consegue emitir nenhum som enquanto tenta falar;
  • tensão física ao falar: os músculos da face ou da garganta ficam  visivelmente contraídos, o que pode tornar  a fala parecer forçada ou tensa.

A criança pode começar a apresentar esses sinais de gagueira de forma súbita ou desenvolver os sintomas aos poucos, até o ponto em que eles dominam a fala.

O curioso é que, em muitos casos, os sintomas podem desaparecer de forma espontânea, e esse é um dos motivos que geram dúvidas sobre o que causa a gagueira infantil. 

Para entender melhor, veja o que leva uma criança a gaguejar.

O que leva uma criança a gaguejar?

Embora existam inúmeros estudos sobre o que causa a gagueira infantil, ainda não há um consenso em relação a uma única razão específica. O que se sabe é que, ao contrário do que se acreditava até algumas décadas atrás, a disfluência não é causada por fatores psicológicos ou emocionais. 

Na verdade, a ansiedade, a timidez e o isolamento social costumam ser resultado da gagueira, mas podem, sim, contribuir para o agravamento dos sintomas.

O que causa a gagueira infantil, afinal?

Hoje em dia, com a evolução dos exames de imagem, os estudos sobre a gagueira infantil indicam que, salvo os casos de lesão cerebral, o distúrbio de linguagem ocorre por:

  • influências genéticas: a gagueira infantil é hereditária em cerca de 80% dos casos;
  • alterações neurológicas: anomalias no processamento da linguagem no cérebro;
  • alterações estruturais: anomalias em áreas cerebrais relacionadas a fala e linguagem;
  • desequilíbrio neuroquímico: excesso de dopamina — neurotransmissor relacionado a distúrbios de movimento — em determinadas áreas cerebrais (especificamente, nos núcleos da base);
  • alterações na ativação de áreas fundamentais para o desenvolvimento da fala nos dois hemisférios cerebrais.

Além dessas causas orgânicas, existem outros fatores que, apesar de não serem o motivo que leva uma criança a gaguejar, fazem com que os sintomas sejam mais intensos e se tornem persistentes, provocando uma gagueira crônica. 

Confira o que piora a gagueira infantil.

O que piora a gagueira?

Os fatores de risco para a piora da gagueira infantil são: 

  • histórico familiar;
  • sexo (maior risco para meninos);
  • linguagem oral abaixo ou acima do esperado;
  • idade da criança no surgimento (quanto maior a idade, maior o risco);
  • forma como se deu o início (maior risco para surgimento abrupto);
  • fatores ambientais.

Entre os fatores ambientais, vale destacar que um ambiente muito competitivo na comunicação e o pouco tempo de escuta por parte dos familiares podem gerar ansiedade, pois as crianças tendem a se sentir desamparadas e incompreendidas em suas dificuldades.

Por isso, cuidar da saúde mental e emocional das crianças que gaguejam é  fundamental para o tratamento da gagueira infantil.

Quando devo me preocupar com a gagueira infantil?

A gagueira infantil costuma aparecer entre 2 e 3 anos de idade e, nessa fase, pode não ser possível diferenciar se é uma disfluência temporária ou persistente. Porém, se o seu filho continuar ou começar a gaguejar depois dos 4 anos, procure um fonoaudiólogo para uma avaliação.

Isso porque nos 3 primeiros anos de vida, quando a criança está desenvolvendo a fala, é muito comum que ela tenha dificuldades para articular e concluir palavras e frases. 

Logo, é uma gagueira temporária. À medida que o pequeno cresce e a fala evolui, é de se esperar que essa gagueira do desenvolvimento desapareça. 

Quando  persiste após os 4 ou 5 anos de idade, os sinais de alerta devem ser ligados. Isso porque pode ser que o seu filho tenha gagueira de desenvolvimento persistente. Nesse caso, você deve buscar, o quanto antes, um profissional qualificado para fazer uma avaliação fonoaudiológica.

A partir desse momento, sua pergunta não deve mais ser “quando devo me preocupar com a gagueira infantil?”, e sim “como tratar a gagueira do meu filho?”. A resposta para ela, você encontra a seguir.

Existe tratamento para gagueira infantil?

A boa notícia é que existe tratamento para a gagueira infantil, sim.

Apesar de a gagueira do desenvolvimento desaparecer espontaneamente em até 80% dos casos — animador, concorda? —, isso não quer dizer que você deve deixar de procurar ajuda para o seu filho, seja qual for a idade dele.

Aliás, os estudos sobre a gagueira apontam que, quanto mais cedo a criança começar o tratamento, maiores as chances de prevenir que a gagueira se torne crônica ou persistente. 

O tratamento é realizado com fonoaudiólogo e, normalmente, atua em duas vertentes: modificação da gagueira e modelagem da fluência. Essas abordagens têm o objetivo de reduzir a ansiedade e o medo de falar, além de treinar a fala para que ela se torne mais fluida.

A escolha do método mais adequado — ou a combinação deles — depende da avaliação do profissional, que também pode orientar a família a buscar apoio de um psicólogo para potencializar os resultados, se for o caso.

De qualquer modo, o primeiro passo é procurar um fonoaudiólogo para avaliar a gagueira da sua criança. E para isso, você pode contar com a KidBrains.

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