Ansiedade de separação: o que é e como lidar?

Se você é pai, mãe ou cuidador de uma criança pequena, é provável que já tenha ideia do que é ansiedade de separação.

Sabe aquela cena em que basta você sair do campo de visão do seu bebê para ele começar a chorar desesperadamente? Ou quando você precisa deixar seu pequeno na escola e ele não quer ficar lá de jeito nenhum? 

Pois esse é um comportamento comum da criança que está na fase da ansiedade da separação — completamente normal para uma determinada faixa etária.

Contudo, quando essa ansiedade se intensifica e persiste, pode ser sinal de um transtorno mais sério, que necessita de atenção e cuidado especial. 

Para entender melhor sobre esse tema, você vai encontrar neste artigo:

  • o que é ansiedade de separação;
  • até que idade a criança apresenta ansiedade de separação;
  • quais os sintomas do transtorno de ansiedade de separação;
  • quais as causas da ansiedade de separação;
  • como lidar com a ansiedade de separação.

Vem ver!

O que é ansiedade de separação?

Ansiedade de separação é uma das manifestações da ansiedade infantil. Esse tipo é caracterizado por um sentimento de medo intenso que as crianças pequenas vivenciam quando estão longe dos pais ou do principal cuidador. 

Durante os momentos de crise, a criança fica agitada e chora bastante na tentativa de evitar que sua figura de apego — mãe, pai ou outro cuidador — se ausente do ambiente onde ela está.

Apesar de o comportamento assustar e despertar preocupação e angústia também nos pais, a ansiedade de separação que acontece nos primeiros anos de vida da criança é comum e até esperada.

Se está vivenciando essa fase com o seu pequeno, respire fundo: vai passar. Olha só!

Até que idade a criança apresenta ansiedade de separação?

A ansiedade de separação aparece por volta dos 8 meses de idade e tende a ocorrer até a criança completar 2 anos. Quando esse sentimento de angústia e sofrimento persiste muito além dessa faixa etária, é sinal de que a criança pode sofrer do transtorno da ansiedade de separação.

Aí, a história toma outro rumo. Um estudo publicado na Revista Brasileira de Terapias Cognitivas indica que, dos transtornos ansiosos infantis, o de ansiedade de separação é o que prevalece  — afeta 4% das crianças — e ocorre em crianças e adolescentes de até 12 anos de idade ou mais.

Portanto, quando o medo de ficar longe dos cuidadores interfere significativamente nas atividades diárias — como ficar com outro responsável, frequentar a escola ou brincar com outras crianças —, é hora de procurar ajuda especializada para o seu filho.

Entenda por que.

Leia também: Quando consultar um psicólogo para crianças

Quais os sintomas do transtorno de ansiedade de separação?

Segundo o Manual Diagnóstico e Estatístico de Saúde Mental (DSM-V), os sintomas do transtorno de ansiedade de separação são:

  • medo intenso e persistente de ficar longe de casa ou dos cuidadores;
  • preocupação constante com a segurança dos cuidadores;
  • recusa em ir à escola ou a outros lugares por medo de se separar;
  • pesadelos frequentes sobre separação;
  • queixas físicas — dores de cabeça, de estômago e náuseas— quando é necessário ficar sozinho, longe da figura de apego.

Quais as causas da ansiedade de separação?

Quando falamos da ansiedade de separação esperada em bebês e crianças até 2 anos, suas causas estão relacionadas ao estágio de desenvolvimento cognitivo. Nessa fase, quando um objeto sai do seu campo de visão, é como se ele deixasse de existir, o que explica tamanho desespero e relutância.

À medida que a criança cresce, aprende que algo ou alguém que não vê em um momento, pode reaparecer. A partir dessa aquisição cognitiva, os episódios de ansiedade na ausência dos pais tendem a diminuir.

Por outro lado, o transtorno de ansiedade de separação tem como causas alguns fatores biológicos e ambientais, como:

  • histórico familiar;
  • eventos estressantes (modificações na rotina familiar, mudança de escola, períodos de internação hospitalar, perda de entes queridos, por exemplo);
  • apego inseguro.

Uma revisão sobre o tema, publicada no Brazilian Journal of Health Review em 2023, aponta que prematuridade, depressão materna e ambiente familiar disfuncional também podem ser gatilhos para o transtorno.

Compreender o que é ansiedade de separação — suas causas e sintomas — é importante, mas agir para minimizar os impactos do transtorno na vida de crianças e adolescentes é essencial. 

Confira o que você pode fazer para ajudar seu filho a lidar com a ansiedade de separação.

Como lidar com a ansiedade de separação?

Agir para evitar as crises de ansiedade e dar suporte nos momentos de maior sofrimento pode ser um desafio para os pais. Para facilitar esse processo, veja como você pode ajudar seu filho a se sentir mais confortável ao ficar sem a sua presença:

  • prepare a criança com antecedência: explique que você vai se ausentar e quando você retornará. A previsibilidade ajuda a criança a entender que a separação é temporária, o que reduz o medo do desconhecido;
  • estabeleça rotinas consistentes: as crianças se sentem mais seguras quando sabem o que esperar. Uma rotina diária bem estabelecida proporciona a sensação de estabilidade;
  • ofereça apoio emocional: valide os sentimentos da criança e ofereça conforto. Nada de dizer que “isso é besteira”; mostre-se disponível para ajudá-la a superar o medo;
  • incentive a autonomia e a independência: encoraje seu filho a participar de atividades que fortaleçam sua autoconfiança;
  • estimule a criação de vínculo com outros adultos de referência: ajude seu filho a formar laços com outros adultos, como avós ou professores. Esse apoio extra fortalece a rede de segurança emocional da criança, e pode torná-la menos insegura na sua ausência;
  • procure ajuda profissional: o tratamento para transtorno de ansiedade de separação envolve terapia e, em casos extremos, o uso de medicamentos ansiolíticos para crianças mais velhas e adolescentes.

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